
Os bolsos do meu vestido estão recheados de doces e pedacinhos de céu que vou colhendo pelos caminhos em que me faltam as tuas mãos. Balas, chocolates e maçãs-do-amor
que por enquanto lhe ofereço apenas nas noites de sonhos e estrelas cadentes...
Naquele tempo, o céu anoitecia silencioso e meus pensamentos azuis derretiam docinhos na garoa da praça, enquanto eu me vestia de nuvem para absorver cada pingo brilhante que teimava em escorregar por nossos rostos.
Antes de dormir suplicava à lua e ao olimpo, oferecia novos doze trabalhos e chorava em silêncio para que o tempo esquecesse de nós.
Mas a primavera tinha de florescer novos campos e a vida lá fora esperava enquanto nos perdíamos em abraços longos e beijos demorados numa manhã vazia. Doída. Desesperada. Despedida.
Então uma borboleta de ferro levou embora minha princesa encantada, enquanto da torre de mármore observava impotente e destroçada a sua partida.
Desde então, meus pensamentos reconstroem desesperados cada detalhe daquele sorriso de sol, cada passo que me levava até ela e cada beijo que acariciava a alma...
Minha eternidade é acordar ao teu lado em todas as estações.
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